sentimentos costurados na lombada
epígrafe lavrada mármore branco
coração sangrando sangue venoso
derramando no vidro dum relógio digital.
Rastros desprendem miasmas
números espirais vermelhas
caracóis em desalinho
molas frouxas sustentam madrugada
que esparrama meus lençóis.
Dois sóis fulguram órbitas da face
iluminando longe céu escuro
horizonte que estilhaça raios laranja ácida
vertendo azul profundo
manhã que se aproxima dia dos meus olhos.
Discos sobrepostos
espinha dorsal que me sustenta
lenta melodia me desperta
porta aberta que atravesso.
Som batido implacável bip
retorna sempre dança de meus passos.
Luzes invadem janela semisserrada
em linhas pont’ilhadas
na parede do meu quarto.
Sonor’idade grafite atrito do meu lápis
grafa cinza grito vermelho
sangue arterial da noite que se foi.
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