sábado, 6 de agosto de 2011

Construção









A cerração cerra os olhos da cidade,

fumaça fria que invade

me desce sobre os muros,

paredes, batidas, martelos

pedreiros, pássaros, castelos.

Amanhece, liberdade!

Pedreiro livre pra bater seus pregos,

egos que ecoam pelos corredores.

pássaro livre pra voar seus cantos.

Eu passaro, pedreiro, pedra.

Eu que ouço, e vejo,

e sinto, e penso.

Eu que caio e afundo. Eu mundo.

Que aborreço, estremeço, e salto,

e amarro, e danço,

e grito e bato manso,

como bate o sol na manhã

do inverno que me bate à pele.

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