terça-feira, 21 de outubro de 2008

Homem digital


Adormeço aos poucos,
resvalando para um mundo ambíguo
de palavras contraditórias
que vão formatando histórias.
E assim, entre dois mundos, surgem frases,
rasgadas em palavras
que corto, recorto e colo,
pois tudo o que mais quero mesmo,
-sem acordar - oh, meu Senhor,
é simplesmente um computador!
Para ordenar, à luz da tela,
sinais do mundo escuro
das letras em desalinho,
onde vão formatando o ninho
dos sentidos textuais.
E a linha dura e fria da palavra,
escrava ao nexo comlexo de dizer,
se faz ouvir no tato do ir-e-vir
acariciante e deslizante
de um rato!