sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Eu meteoro



Gavetas mofadas
e escuras do tempo que passa,
onde estou eu agora
exposta à luz do dia?
Que é destas coisas
que se esfarelam no espaço,
paisagens, rostos, corpos, ossos?
Orbito no vasto escuro
entre as estrelas,
e o vazio me captura a trajetória.
Memória,
que rasto deixarei?

Individualidade



O ar que me penetra
fere docemente,
é luz energizada,
clareando porões,
e o que minha boca sorve
é gracioso e tênue
como um seio.
Cada vão da rede que me enconbre
é porta para este mar entrar...
Vida!
Pêndulo que oscila
Eu tu
Eu tu
Eu, poço fundo de águas claras,
tu, balde corda, roldana...