domingo, 7 de agosto de 2011

Cântico


Tu me chamas do fundo nas falésias

caminhos solitários

âmago de eus que aflora domingos de sol batido

no perfil das faces sombra de flor miúda

esmagada no peso do meu pé.

Dá que se abra a porta dos meus anos

e eu ad’entre mágico azul etern’idade

pele do sopro que me deste flor da pele

em cânt’aros de água pura

que aplaca todas as sedes.

Não beba eu cálice de amarguras

noite es’cura pele dos meus ossos

que me car’regam Homus erectus

ponto angular pedra do meu sangue.

Mas se quiseres digo sim

gota a gota

fel que me entranha a língua

res’suscita-me!

Faz em mim Tua pa’lavra

campos de trigo que hão de vir

eterna’mente hoje-sempre

vento que sopras vela do meu barco.

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