segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Gota lúcida

De repente tudo era lúcido. O asfalto sob o sol o cão na coleira a mão do menino o velho trôpego a faixa de segurança o céu lúcido azul bebê entardecendo sobre todas as coisas. Era lúcido o banco mudo e seco e eu lúcida esparramada nele à espera. Eram lúcidos os carrinhos do supermercado abandonados vazios e o ponto de taxi os taxis e os taxistas... era lúcido o sopro nas palmeiras da praça com as palmeiras e todo o verde. Lúcida a cruz na torre azul das Graças em meio aos telhados sobrados e prédios eretos em sólido concreto. Era lúcida a ambulância cor branca sirene e lúcidos os enfermeiros e a seringa translúcida. E lúcidas minhas veias.






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