terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Posologia



A vida, comprimida numa cápsula,
não pode ser engolida inteira,
tem de ser mastigada,
digerida aos poucos
em porções de dias,
meses,
anos,
segundo a garganta de cada um.

Não sei do último copo,
nem sabes do último quinhão.
A vida vem de pouco a pouco
e, de repente,
pode ser no próximo segundo,
engole-se o fim.

Ai de mim que observo inocente
o desfile dessas minúsculas coisas,
mesquinharias do dia-a-dia,
do passo-a-passo
que me tornam velha.

O abraço mortal do tempo
que me estrangula
a gula de viver.

5 comentários:

  1. Voem os sonhos livres
    nos céus da imaginação
    onde se possa ser pássaro ou flor.
    Fique o amor em vez da dor.
    A esperança que renasce criança.
    Toquem os sinos
    em campanários de outrora.
    Brilhe o sol anunciando a aurora.
    Dissipem-se as sombras
    na luz mais brilhante
    do raiar de um novo ano.
    Armem-se os espíritos de coragem.
    Na voragem do tempo
    tudo vai recomeçar.
    É hora de plantar
    na nova estação da vida.

    ResponderExcluir
  2. Adooro esta poesia, resume toda nossa existencia, seempre sempre atual, adorei o post, adorei o visual!!! bjs, vai em frente

    ResponderExcluir
  3. Obrigada. Também gosto deste poema, pois sinto bem a dificuldade que se tem de "engolir" certas coisas, e o quanto isto é inexorável. E o tempo é infalível e às vezes implacável!
    bjs

    ResponderExcluir
  4. Sr (a) anônimo (a):

    Obrigada pelas palavras de inssentivo à esperança. É o que me move: esperança, desejo de ser alguém para alguém, algo para algo, e um dia encontrar a LUZ!
    abçs

    ResponderExcluir
  5. Parabéns Irene!!! Muito bem escrito! Gostei do assunto abordado.

    Gabriel.

    ResponderExcluir